
Não que seja um filme ruim, até porque têm tiradas que arrancam gargalhadas da platéia, principalmente com as falas do subconsciente do próprio morto, mas, no geral, achei a película um pouco arrastada – será que eu estava com tanto sono assim?
Pra quem não conhece a história, Quincas (Paulo José) é um velho ocioso, que vive de bar em bar, de garrafa em garrafa. Boêmio nato. Sei lá se de cirrose, fato é que o bêbado morre de porre, deixando seus amigos de copo na mão – família ele tem, mas cagam e andam pro pobre velhinho. Detalhe: atente-se para o semblante de Quincas no velório. Estaria ele rindo?
Filha do bebum, a sensual Vanda (Mariana Ximenes) opta por um enterro minimamente digno, com direito a relógio de bolso de ouro e tudo mais pro pai cachaceiro – aposto que o morto, se pudesse escolher, seria enterrado com pingas ao redor. Ah, taí algo que me manteve bem ligado no filme: Mariana Ximenes. É a cocaína da obra, com um belo decote e de quase nenhum sorriso. Sem dúvida é um desafio para qualquer homem arrancar um riso daquela personagem. Impecável.
Voltando ao filme, quem realmente se chocou com a morte de Quincas foram seus amigos de bebedeira. Inconformados, os caras roubam o bêbado do velório, visando dar ao comandante (acho que o chamam assim) uma última noite de esbórnia. O filme lembra Um Morto Muito Louco, mas algumas piadas são fracas, algumas cenas forçam demais o humor.
No mais, um ponto que achei positivo e reflexivo é quando enfatizam que, mesmo morto, Quincas vive mais que muito vivo. Seu corpo está morto, mas, sua alma e sua memória na cabeça dos amigos, estão vivas e saltitantes. Só por isso, já que o filme não me agradou, apesar de eu ter arrancado algo de útil dele, vou providenciar o livro de Jorge Amado, pois parece que (ainda) tenho muito a lucrar.
Apesar de todo o marketing envolvido, não me desperta nem um pouco assistí-lo!
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