quinta-feira, 23 de abril de 2009

Quando ler não é recomendável


Quando eu era garoto (mais do que ainda sou), minha avó me dizia: - Renan, mantenha o hábito da leitura. Ler, além de desenvolver nossa mente, nos mantêm informados sobre os acontecimentos do cotidiano. Minha mãe sempre endossou essas palavras de minha avó.

Eu, talvez por ter esse incentivo por parte de família desde muito jovem, sempre adorei jornal impresso.

Hoje, além de ler revistas e veículos de comunicação na internet, sou assinante do jornal O Globo, que, em minha modéstia opinião, é o melhor jornal do país – sei que vão dizer “ah, não, a Folha de São Paulo é melhor”. Questão de opinião e eu respeito a de cada um, embora discorde de muitas.

Enfim, o que quero dizer neste post é que ler nem sempre é bom. Muitas vezes nos tira a esperança, nos deixa impotentes perante as notícias que circulam por aí. É bem verdade que tragédia tem em todo lugar, mas penso que o Brasil é o país do genocídio. Por que esse escarcéu todo, Renan? Explico.

Abaixo, as principais notícias do jornal de hoje:

- Briga pública de ministros no STF vira crise institucional: Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes trocam acusações;

- Mais da metade da Câmara embarcou com parentes e amigos para o exterior: foram pelo menos 1.883 voos pela TAM e pela GOL/Varig em 22 meses;

- Lista dos 261 deputados e seus destinos internacionais;

- Gabeira entre eles;

- Solange Amaral, deputada do DEM-RJ, uma entre tantos que viajaram às nossas custas, declarou o seguinte: - Errei. Aderi a uma prática usual no Congresso. O que vou fazer? – disse ela.

Poderia dar o exemplo, né, Solange? Mas não. Aderiu ao lema se ele pode, eu também posso. Que pouca vergonha!

É por isso, amigo, que nem sempre abrir um jornal e ler é produtivo. É um festival de tapa na cara do contribuinte (leia-se, nós) corriqueiramente. A cada dia, um novo escândalo.

Portanto, se quer aprimorar a leitura e o vocabulário, recomendo um bom livro e algum filme. Jornal, definitivamente, nem sempre é o melhor meio de se conseguir isso.

2 comentários:

  1. Vejo 3 pontos de vista bem interessantes nesta análise:

    1. Notícia ruim vende. Isso é fato. As pessoas gostam de uma bagunça, de escândalos etc. O ser humano parece ter gosto pela violência, também.

    2. O lado positivo desses escândalos envolvendo políticos é que na época da ditadura isso não era mostrado. Hoje pelo menos mostrado é.

    3. Concordo plenamente que livros e filmes contribuem muito mais à formação intelectual de uma pessoa. Afinal, falamos de arte. Coloco como exceção os produtos travestidos de arte.

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  2. Tirando essa comparação demagógica entre globo e folha, concordo que o globo está entre os melhores do país, senão o melhor, mas cá entre nós num é muito comum a leitura da folha por aqui. Até mesmo porque ela se direciona para um nicho de mercado selecionado, e tornou-se um mito que quem lê a folha é mais culto, intelectual ou coisa do tipo (...)
    Tirando "expressos" e "meia horas", JB, Gobo, Folha... todos estão num nível bem equivalente.

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